Eu apoio a campanha da Coalizão Negra por Direitos para que os veículos de mídia passem a tratar os assassinatos deliberados, diários, sistemáticos e em massa da população negra com o nome que eles têm: GENOCÍDIO.

Os dados são alarmantes:
A cada 23 minutos,
um jovem negro é assassinado no Brasil.
Cerca de 71% das pessoas assassinadas no Brasil são negras.
Pessoas negras são 2,5 vezes mais vítimas de armas de fogo do que pessoas brancas.
Mais de 75% dos mortos pelas polícias brasileiras são negros. Entre 2016 e 2017, o número de quilombolas assassinados cresceu 350%.
No Rio de Janeiro, entre 2012 e 2015, 71% dos ataques religiosos registrados foram contra religiões afro-brasileiras.

Genocídio é o extermínio deliberado de pessoas motivado por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e, por vezes, sociopolíticas.

No Brasil, ele é resultado do racismo que molda o Estado e a sociedade, que afeta a polícia, as empresas, as instituições políticas e a população como um todo. Quando noticiamos o homicídio de pessoas negras como casos pontuais, deixamos de informar o contexto e a gravidade do que temos vivido coletivamente.

Genocídio é uma palavra forte. Utilizá-la é um passo importante para que a sociedade e os órgãos públicos reconheçam a realidade das pessoas negras no Brasil. E defendam que a negritude, em sua humanidade, tem direito à vida.

Como cidadão(ã) brasileiro(a), não posso ficar indiferente ao genocídio em curso neste país e conclamo todos e todas à mesma responsabilidade.

Sinceramente,

Fulane Beltranoe
com o apoio da Coalizão Negra por Direitos.